O avanço nos preços dos alimentos tem ofuscado o impacto do aumento da renda no Brasil, dificultando uma recuperação consistente do poder de compra da população. Segundo um levantamento do economista Bruno Imaizumi, da consultoria LCA, o salário mínimo e o rendimento médio do trabalho não acompanham a alta do custo da cesta básica.
O estudo aponta que um salário mínimo comprava, em média, 2,07 cestas básicas em São Paulo entre 2010 e 2019. Após a pandemia e a Guerra na Ucrânia, essa relação caiu para 1,51 em 2022 e, apesar da recuperação parcial nos últimos anos, atingiu apenas 1,7 em novembro de 2024. As projeções indicam que o poder de compra permanecerá nesse patamar até 2026.
A inflação dos alimentos preocupa o governo Lula, que avalia medidas para conter a alta, mas enfrenta desafios como oscilações do dólar e impactos climáticos sobre a produção agrícola. Especialistas sugerem que um maior compromisso com o equilíbrio fiscal e políticas para mitigar impactos climáticos poderiam amenizar a pressão sobre os preços.
A Petrobras anunciou recentemente um reajuste no preço do diesel, que pode refletir no custo dos alimentos devido ao impacto no transporte e produção. Lula afirmou que buscará diálogo com empresários e produtores, descartando medidas radicais para conter os preços.