Banco Central aponta retomada do crescimento do Pix após crise e desinformação

Duas semanas após o governo Lula revogar a Instrução Normativa da Receita Federal que ampliava a fiscalização sobre movimentações financeiras, o volume de transações via Pix voltou a crescer no Brasil. Entre 16 e 27 de janeiro, houve aumento no número de operações, revertendo a queda registrada na primeira quinzena do mês, quando fake news sobre uma suposta taxação do Pix geraram insegurança entre os usuários.

Segundo dados do Sistema de Pagamentos Instantâneo (SPI) do Banco Central, divulgados nesta terça-feira (28), o total de transações via Pix no período alcançou R$ 1,923 bilhões, um avanço de 0,24% em relação ao mesmo período de novembro. Em comparação com dezembro, houve retração de 13,1%, algo esperado devido ao pico sazonal de transferências no fim do ano, impulsionado pelo pagamento do décimo terceiro salário e as compras de Natal.

A disseminação de informações falsas sobre a taxação do Pix resultou em uma queda de 13,4% no volume de transferências entre 1º e 15 de janeiro na comparação com dezembro. Frente a novembro, o recuo foi de 6,7%. Quando considerado apenas o intervalo de 1º a 14 de janeiro, a redução chegou a 15,7% em relação a dezembro e 7,9% na comparação com novembro.

A crise do Pix impactou negativamente a popularidade do presidente Lula. Pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (27), apontou uma queda na aprovação do governo, que caiu de 52% em dezembro de 2024 para 47% em janeiro de 2025. Pela primeira vez no mandato, a desaprovação (49%) superou a aprovação (47%). O desgaste foi mais intenso no Nordeste, onde Lula viu sua aprovação cair de 67% para 59%.

Ao serem questionados sobre as notícias negativas mais marcantes do governo, 11% dos entrevistados mencionaram a regulação do Pix, sendo o tema mais lembrado. Em seguida, apareceram críticas sobre promessas não cumpridas (3%) e preocupações com inflação e impostos (2% cada).

A pesquisa também apontou um pessimismo em relação à economia: enquanto 25% acreditam que houve melhora em 2024, 39% afirmam que a situação piorou e 32% dizem que permaneceu igual.

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