Um grande incêndio florestal continua a ameaçar áreas nos arredores de Atenas, forçando milhares de pessoas a evacuarem suas casas, incluindo a cidade histórica de Maratona. Nesta segunda-feira, dois hospitais, um infantil e outro militar, também foram evacuados, enquanto uma extensa linha de fogo de 30 km se move em direção à capital grega, impulsionada por fortes ventos, conforme relatado pela emissora pública ERT.
Os incêndios, que começaram no domingo à tarde, provocaram uma nuvem de fumaça e fuligem que encobriu a região, causando uma significativa redução na visibilidade e cobrindo o Monte Pentelikon, conhecido por fornecer mármore para a Acrópole. Os ventos fortes e as condições de seca, após repetidas ondas de calor ao longo do verão, contribuíram para a rápida propagação do fogo.
Com mais de 670 bombeiros e 183 veículos no combate às chamas, os incêndios se aproximaram dos subúrbios da cidade, especialmente em áreas como Kallitechnoupoli e Grammatiko. A operação, que inclui 34 aeronaves, enfrenta dificuldades devido aos ventos, fumaça densa e explosões de chamas.
Em resposta à crise, a União Europeia enviou assistência com bombeiros de França, Itália, República Tcheca e Romênia. Em Atenas, estádios, incluindo o OAKA, foram abertos para abrigar pessoas evacuadas. Hotéis e galpões também foram disponibilizados para acolher os deslocados.
As autoridades relataram que um bombeiro sofreu queimaduras graves e outros enfrentaram problemas respiratórios devido à inalação de fumaça. As forças de proteção civil estão empenhadas em conter o avanço do fogo, que já causou a evacuação de várias localidades, incluindo a área densamente povoada de Halandri.
A atual temporada de incêndios florestais na Grécia já registrou dezenas de incêndios diários, agravados por um inverno quente e os meses de junho e julho mais quentes desde o início dos registros em 1960. A previsão para Atenas inclui temperaturas de até 39ºC e ventos de 50 km/h, complicando ainda mais os esforços de combate ao fogo.
O impacto dos incêndios trouxe à memória a tragédia de Mati em 2018, onde erros na resposta ao fogo resultaram em 104 mortes. A situação atual foi descrita como uma “catástrofe bíblica” pelo prefeito de Maratona, Stergios Tsirkas, destacando a gravidade da ameaça que os incêndios representam para a região.
As mensagens SMS enviadas aos residentes da Ática orientavam as pessoas a seguirem as instruções das autoridades, com muitas delas relutando em deixar suas casas na tentativa de protegê-las das chamas. Enquanto o governo continua seus esforços de contenção, a prioridade permanece na segurança e proteção dos moradores das áreas afetadas.