A Operação “Lei para todos” revelou um esquema de lavagem de dinheiro em Salvador envolvendo franquias do McDonald’s. Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), do Ministério Público da Bahia (MP-BA), as lanchonetes eram usadas como fachada para mesclar recursos lícitos e ilícitos provenientes do jogo do bicho.
De acordo com o Gaeco, restaurantes e fast-foods são frequentemente usados para lavar dinheiro, já que podem simular números elevados de vendas e receitas. A investigação apontou que uma das empresas denunciadas, a SALCO – Comércio de Alimentos LTDA, movimentou mais de R$ 152 milhões em depósitos em espécie entre 2010 e 2016. Outra empresa, a Tora Comércio de Alimentos Ltda, recebeu mais de R$ 47 milhões em depósitos do mesmo tipo entre 2017 e 2020.
Essas transações levaram ao bloqueio judicial de mais de R$ 101 milhões em contas bancárias, além da apreensão de bens como imóveis, veículos, aeronaves e embarcações.
Além das franquias do McDonald’s, a Mendoá Chocolates também foi citada como parte do esquema. Segundo o MP-BA, a empresa foi criada para ocultar recursos ilícitos do jogo do bicho eletrônico, movimentando mais de R$ 2,3 milhões em transferências financeiras.
A operação focou no período de 2010 a 2020, analisando a quebra de sigilo bancário e fiscal de 14 acusados, que agora são réus no processo.