Nesta sexta-feira (18), Cuba enfrentou um apagão generalizado após uma falha inesperada na principal usina termelétrica do país, informou o Ministério de Minas e Energia, em meio a uma “emergência energética”.
“O sistema elétrico do país ficou completamente sem energia”, declarou Lázaro Guerra, diretor-geral de Eletricidade, à TV estatal, referindo-se à inoperância da usina termelétrica Antonio Guiteras.
Na quinta-feira, o governo havia anunciado a suspensão das atividades de trabalho no setor estatal para lidar com a crise energética, que nas últimas semanas causou apagões de até 20 horas diárias em algumas províncias.
Guerra explicou que, após a paralisação da usina, o sistema entrou em colapso, resultando em um apagão total. O governo está trabalhando para restaurar a energia o mais rápido possível.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, prometeu, em sua conta no X, que não descansará até que o fornecimento seja restabelecido. Ele destacou que a crise energética é agravada pela dificuldade em obter combustível devido ao embargo dos EUA, vigente desde 1962.
Na sexta-feira, as ruas de Havana estavam quase desertas, sem transporte público e com poucos semáforos funcionando. Apenas hospitais e fábricas de alimentos continuaram operando. As aulas foram suspensas até segunda-feira, e locais de lazer e boates foram fechados.
Eloy Font, aposentado de 80 anos, criticou a situação, chamando-a de “aberração” e lamentando a fragilidade do sistema elétrico cubano. Bárbara López, criadora de conteúdo digital, também expressou frustração, dizendo que a crise a impediu de trabalhar.
A ilha sofre há três meses com apagões cada vez mais frequentes, atingindo um déficit de energia de até 50% em alguns dias. Em resposta à crise, o primeiro-ministro Manuel Marrero suspendeu atividades estatais não essenciais para priorizar o abastecimento doméstico.
Cuba depende de termelétricas antigas, plantas flutuantes alugadas da Turquia e geradores, todos dependentes de combustível. A crise energética se soma à pior crise econômica do país em três décadas, marcada pela escassez de alimentos e medicamentos.
Apagões recorrentes contribuíram para os protestos históricos de 11 de julho de 2021. Apesar de uma leve recuperação em 2023, a ilha ainda enfrenta grandes desafios energéticos, com lembranças do apagão generalizado em setembro de 2022, após a passagem do furacão Ian.