Apenas 10 países revisam metas climáticas antes do prazo do Acordo de Paris

Faltando poucos meses para a COP30, em Belém (PA), apenas 10 dos 197 países signatários do Acordo de Paris atualizaram suas metas de redução de emissões de gases do efeito estufa. O prazo final para a entrega da terceira geração das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) termina na próxima segunda-feira (10).

Apesar do compromisso global de limitar o aquecimento a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, as nações ainda estão distantes da meta. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), seria necessário reduzir as emissões em 57% até 2035 para estabilizar a temperatura do planeta.

Brasil entre os primeiros a revisar metas

O Brasil, responsável por 2,45% das emissões globais, foi o segundo país a atualizar sua NDC, logo após os Emirados Árabes Unidos. O governo brasileiro estabeleceu uma redução entre 59% e 67% até 2035, em comparação com os níveis de 2005, o que resultaria em emissões anuais entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO₂ equivalente.

Já os Emirados Árabes, que emitem 0,51% dos gases globais, definiram um corte menor, de 47% até 2035, com base nos níveis de 2019.

Os Estados Unidos, segundo maior emissor mundial, com 11,25% das emissões, também revisaram sua meta, estabelecendo um corte entre 61% e 66% para 2035, tomando 2005 como referência.

Outro país de destaque foi o Uruguai, responsável por 0,08% das emissões globais, que estipulou limites absolutos para seus principais gases poluentes e vinculou parte de suas metas à captação de financiamento internacional.

Nos primeiros meses de 2025, mais seis países submeteram suas metas: Suíça, Reino Unido, Nova Zelândia, Andorra, Equador e Santa Lúcia, que, juntos, respondem por 1,1% das emissões globais.

O Reino Unido se destacou ao estabelecer um corte de 81% até 2035, enquanto a Suíça propôs uma redução de 65%, ambos em comparação com os níveis de 1990. Já a Nova Zelândia definiu um corte entre 51% e 55%, usando 2005 como base.

Todos os dez países que atualizaram suas NDCs reafirmaram o compromisso de atingir a neutralidade climática até 2050, equilibrando emissões e remoções de gases da atmosfera por meio de iniciativas como reflorestamento e mercado de carbono.

O Brasil, como anfitrião da COP30, terá um papel central nas negociações climáticas. O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou recentemente que os países precisam apresentar planos mais concretos para reduzir o uso de combustíveis fósseis e atingir cortes de até 60% nas emissões até 2035.

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