Após o caso ocorrido no Rio Grande do Norte (RN), onde 15 pessoas foram infectadas em um mutirão de cirurgias de catarata devido a falhas na esterilização, a Secretaria de Saúde de Belém, no Pará, interditou o centro cirúrgico de uma clínica onde 24 pacientes também sofreram infecção após o mesmo procedimento. Dez dessas pessoas perderam a visão.
A interdição da Clínica São Lucas, conveniada ao SUS, foi realizada pela Vigilância Sanitária de Belém na sexta-feira (18), após uma vistoria apontar irregularidades no local, de acordo com informações do Jornal Nacional, da TV Globo. A Secretaria de Saúde agora investiga problemas nos procedimentos cirúrgicos realizados na unidade, que apresentava estrutura física inadequada para o volume de operações realizadas.
Em 12 de junho, dos 41 pacientes que foram atendidos, dois apresentaram complicações. Já no dia 1º de julho, a clínica realizou 40 cirurgias de catarata, e 22 pacientes relataram sequelas posteriormente.
Segundo o secretário de Saúde de Belém, Pedro Ribeiro Anaisse, a interdição foi motivada pela falta de comprovação de que o processo de esterilização dos equipamentos foi realizado corretamente. Não houve evidências de que a lavagem de mãos tenha sido feita de maneira adequada durante os procedimentos.
A Clínica São Lucas informou que os pacientes foram diagnosticados com endoftalmite, uma inflamação aguda do globo ocular causada por bactérias, geralmente resultante da falta de esterilização de instrumentos ou uso de materiais contaminados. A clínica declarou que está investigando a origem da contaminação, colaborando com as autoridades e indenizando os pacientes afetados.