Questões do Enem, aplicado neste domingo, causaram controvérsia por fazer críticas ao agronegócio. Em uma das questões, o texto fazia referências a ideias do filósofo alemão Karl Marx para analisar o impacto do agronegócio sobre o campesinato no Cerrado.
Em outra questão, o texto aponta que o “avanço da soja” na Amazônia seria responsável pelo desmatamento do bioma, e responsabiliza “grileiros, madeireiros e pecuaristas”.
Conforme o gabarito extraoficial divulgado pelo MEC, a resposta que melhor explica o problema é a apropriação de terras devolutas, por esses agentes.
No enunciado de outra questão, o texto diz que “no Cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio”. Adiante, o texto diz que “de um lado, o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos, como mecanismo de universalização de práticas agrícolas e de novas tecnologias, e de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado”.
Por fim, essa “lógica do agro” é associada a supostas consequências negativas, como a “‘pragatização’ dos seres humanos e não humanos, a violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”.
Para essa questão, a resposta no gabarito se referia a opção: “cerco aos camponeses, inviabilizando a manutenção das condições para a vida”. As demais alternativas propõem “desprezo ao assalariado” ou “desrespeito aos governantes”.