O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como incoerente a decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar tarifas adicionais sobre os produtos brasileiros. Para o ministro, a medida não faz sentido para uma nação que tem superávit comercial com o Brasil.
“Essa é a incoerência que estamos tentando demonstrar às autoridades americanas. Vamos ter que fazer valer o que o Congresso aprovou com unanimidade, a Lei da Reciprocidade. Mas a diplomacia brasileira é experiente e saberá tomar as medidas corretas, no momento certo, após muita negociação”, afirmou Haddad.
O ministro enfatizou que o governo brasileiro tem adotado uma postura cuidadosa e compreensiva, levando em conta o contexto delicado da história recente dos Estados Unidos. “Consideramos um parceiro histórico. Sabemos que é um momento difícil para a história americana e precisamos lidar com isso, colocando nossos pontos de vista de forma defensável”, completou.
As tarifas a que Haddad se referiu foram impostas pelo governo de Donald Trump no início de abril, com taxas médias de 10% para países latino-americanos, 20% para europeus e 30% para os asiáticos.
Além disso, o ministro participou do programa “Sem Censura”, da TV Brasil, onde discutiu a reforma do Imposto de Renda (IR) e a importância da sociedade brasileira debater a desigualdade tributária.
Crédito Consignado
Haddad também abordou o uso do crédito consignado por trabalhadores celetistas, aqueles com carteira assinada. Lançado recentemente, o Crédito do Trabalhador oferece condições mais vantajosas de juros comparado aos de mercado.
Embora tenha recomendado cautela para evitar dívidas desnecessárias, o ministro ressaltou que o crédito consignado é apenas uma das alternativas disponíveis. “Não existe uma solução única para todos. O crédito consignado é um dos recursos possíveis, mas não resolve todos os problemas”, afirmou.
Ele também comentou sobre a necessidade de aprovação de projetos no Congresso Nacional, destacando uma proposta que está pronta para ser votada no Senado, após ser amplamente aprovada na Câmara dos Deputados. A lei, segundo Haddad, abriria novas oportunidades de crédito para trabalhadores informais e empreendedores.