Lilia Moritz Schwarcz, antropóloga e historiadora da Universidade de São Paulo (USP), levantou críticas sobre um item antissemita presente na primeira fase do vestibular da Universidade Estadual do Ceará, realizado no último domingo (28).
A questão em questão envolvia a análise de um trecho do livro “Inferno: o mundo em guerra 1939-1945”, de Max Hastings. Os candidatos deveriam escolher, entre três afirmações, qual estava correta. A opção considerada correta pela banca examinadora afirmava que “o extermínio dos judeus foi uma decisão antieconômica na medida em que sua mão de obra escrava poderia ter sido mais bem explorada pelos alemães”.
Após as denúncias, a comissão responsável pelo processo seletivo optou por invalidar a questão, juntamente com outras duas que também foram denunciadas pelo mesmo motivo.
Em suas redes sociais, Lilia criticou a prova, afirmando que “mais parecia um teste para avaliar a capacidade de ser antissemita” e que as questões “relativizavam o Holocausto e a história dos povos judeus”. Ela destacou a preocupação com a justificativa da escravidão e do trabalho forçado, concluindo que “não há alternativa correta ao justificar a escravidão e o trabalho forçado”. A historiadora expressou sua decepção com a humanidade diante dessas situações de ódio, morte e polarização.