A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 0,38% em julho, superando o índice de 0,21% observado em junho. Esse aumento foi principalmente impulsionado pelo aumento nos preços da gasolina, passagens aéreas e energia elétrica. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula uma alta de 4,5%, atingindo o limite superior da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central.
De acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os primeiros sete meses de 2024 registraram um acúmulo de 2,87% no IPCA.
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta de preços entre junho e julho. O maior impacto veio do grupo de transportes, que subiu 1,82%, influenciado principalmente pelo aumento de 3,15% no preço da gasolina, que sozinha contribuiu com 0,16 ponto percentual no IPCA do mês. Esse aumento refletiu o reajuste de 7,12% anunciado pela Petrobras em 8 de julho.
As passagens aéreas também sofreram um expressivo aumento de 19,39% em julho, adicionando 0,11 ponto percentual ao índice, impactadas pelas férias escolares, que elevaram a demanda por voos.
Outro fator de pressão inflacionária foi a tarifa de energia elétrica residencial, que subiu 1,93% com a aplicação da bandeira tarifária amarela, resultando em um impacto de 0,08 ponto percentual. Entretanto, a volta da bandeira verde, anunciada para agosto, deverá aliviar a inflação nos próximos meses.
Por outro lado, o grupo de alimentos e bebidas apresentou uma queda de 1% em julho, o que ajudou a conter o avanço da inflação. Essa queda foi puxada principalmente pela alimentação no domicílio, que recuou 1,51%, sendo a maior queda registrada desde agosto de 2017. Entre os itens com maiores reduções estão o tomate (-31,24%), cenoura (-27,43%), cebola (-8,97%) e batata inglesa (-7,48%).
Com a redução nos preços dos alimentos, o índice de difusão, que mede o percentual de produtos com alta de preços, caiu para 47% em julho, o menor nível desde setembro de 2023, o que indica uma inflação menos disseminada, mas concentrada em itens com maior peso na cesta de consumo, como a gasolina e a energia elétrica.
O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos. Em julho, o INPC ficou em 0,26%, estável em relação ao mês anterior, acumulando alta de 2,95% no ano e de 4,06% em 12 meses.
A meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para 2024 é de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, resultando em um intervalo de 1,5% a 4,5%.