Influenciadores digitais que têm contratos ativos com Blaze, plataforma de jogos de azar, estão procurando a empresa para conversar sobre uma rescisão de contrato de publicidade para as redes sociais. Ao menos 12 pessoas procuraram representantes da companhia para tentar não ter mais seus nomes ligados a ela, A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo.
A Blaze foi assunto de um reportagem no Fantástico, exibida pela TV Globo, neste domingo (17). A empresa investe no Brasil desde 2020 e chega a oferecer cerca de R$ 100 mil por mês para influenciadores divulgarem a marca no Instagram. Muitos aceitaram a proposta. Um dos casos é o da atriz Mel Maia, que foi exposta na reportagem como uma das influenciadoras que promoveu os jogos de apostas.
De acordo com a Folha, em nota divulgada, a atriz de 19 anos alega que não sabia da investigação e das supostas atitudes ilícitas da empresa, e que além disso, já tomou as medidas cabíveis para proteger seu nome.
“Melissa Maia de Sousa, por seus advogados, vem informar que não possui conhecimento acerca de qualquer investigação envolvendo o site blaze.com, tendo sido contratada apenas para realizar ações de publicidade, bem como que aguardará o desfecho do procedimento investigativo a fim de tomar as medidas cabíveis”, diz a nota assinada por quatro advogados de Mel Maia.
A ex-BBB Larissa Santos também tem tentado se desvincular do acordo. No Instagram de Larissa, não é possível mais afzer comentários nas fotos em que a influenciadora aparece fazendo propaganda do jogo. Larissa também editou seu perfil para não ser mais vista como embaixadora da plataforma.
Segundo a Folha, desde setembro, a Justiça de São Paulo bloqueou R$ 101 milhões da Blaze. As investigações foram iniciadas depois de apostadores denunciarem que valores altos não eram pagos pela plataforma, o que configura estelionato.
Além disso, a Justiça determinou que o site da Blaze fosse retirado do ar, mas a ordem judicial não foi cumprida. A empresa não tem sede nem representantes legais no Brasil, o que impede o cumprimento.
De acordo com o jornal, a Blaze afirma que tem sede em Curaçao e que, por isso, sua atividade não configura infração penal mesmo que os apostadores sejam brasileiros. A empresa também afirma que, em caso semelhante, o Ministério Público de São Paulo solicitou o arquivamento do inquérito e um juiz revogou a decisão de bloqueio do site.