O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (1º) que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, foi “humilhado” pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A declaração de Lula se refere ao confronto entre Trump e Zelensky na reunião de sexta-feira (28), onde a discussão sobre uma possível saída para a guerra contra a Rússia terminou em um bate-boca diante da imprensa mundial. Para Lula, o episódio foi uma “cena grotesca”.
“Não sou diplomata, mas desde que a diplomacia existe, nunca se viu algo tão grotesco e desrespeitoso quanto o que aconteceu no Salão Oval da Casa Branca. Há uma parte da sociedade que vive do desrespeito aos outros, e não podemos falar em democracia sem respeito pelo outro”, declarou Lula.
Ele acrescentou que acreditava que Zelensky foi humilhado e que Trump, em sua visão, considerava o ucraniano merecedor desse tratamento.
Durante a reunião, Trump repreendeu Zelensky, acusando-o de ser “desrespeitoso” com os Estados Unidos após o presidente ucraniano sugerir que, no futuro, os EUA poderiam se arrepender de um possível acordo com a Rússia para encerrar o conflito. O confronto gerou apoio a Zelensky de líderes europeus, refletindo uma crescente divisão entre os aliados tradicionais dos EUA e da Europa sobre a guerra desde o retorno de Trump à política.
Guerra e Diplomacia
Antes da posse do novo presidente uruguaio, Yamandú Orsi, Lula se encontrou com o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, para discutir a guerra entre Rússia e Ucrânia. Lula afirmou que a União Europeia poderia ser responsável pela reconstrução da Ucrânia e pela manutenção da OTAN, além de ser responsabilizada pelo desastre causado pelo conflito.
Lula também reiterou a posição do Brasil sobre a necessidade de uma solução negociada entre os dois países em guerra, reforçando que a paz é a única maneira de garantir estabilidade e prosperidade para o mundo.
“Há três anos, o Brasil defende uma solução pacífica para o conflito. Eu espero que todos tenham aprendido a lição: só a paz pode trazer ao mundo a normalidade e a distribuição de riqueza”, concluiu o presidente.