O presidente Lula (PT) recebeu, na noite de quarta-feira (12), os novos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), na residência da Granja do Torto. O encontro, que não constava na agenda oficial, contou também com a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil).
As conversas, finalizadas com um jantar, ocorreram em meio às negociações da reforma ministerial. Segundo relatos, houve um momento em que Lula ficou a sós com os presidentes das Casas.
Embora o presidente tenha dito que pretende ouvir líderes partidários e dirigentes sobre as mudanças na Esplanada, ele já havia indicado que consultaria Motta e Alcolumbre diretamente. O encontro reforça o protagonismo de Lula nas articulações políticas e atende ao desejo da cúpula da Câmara de estabelecer uma relação mais direta entre Motta e o petista, sem intermediários.
Aliados do novo presidente da Câmara defendem que ele tenha influência nas mudanças ministeriais, incluindo possíveis alterações dentro do próprio Palácio do Planalto. Há insatisfações quanto à atuação do ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), responsável pelo diálogo entre Executivo e Legislativo.
Nesta quinta-feira (13), Alcolumbre acompanhou Lula em compromissos no Amapá, enquanto Motta permaneceu em Brasília para reuniões com líderes partidários sobre a pauta da Câmara.
Além da reforma ministerial, a reunião também abordou temas do Congresso, incluindo a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda e outras propostas do Ministério da Fazenda. O encontro segue o modelo de reuniões reservadas que Lula costumava realizar com Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, no início do mandato.
O cronograma de mudanças na Esplanada deve começar por pastas ocupadas por petistas ou ministros da cota pessoal do presidente.