Por ter mais de 70 anos, é possível que a Justiça autorize o cumprimento de prisão domiciliar, ou outro meio menos gravoso.
A mãe do ex-ministro Geddel Vieira Lima, Marluce Vieira Lima, foi condenada, nesta quarta-feira (3), a 10 anos de prisão, em regime inicial fechado por lavagem de dinheiro e associação criminosa. A condenação se deu pelo envolvimento na ocultação de R$ 52 milhões em um apartamento em Salvador. Marluce disponibilizou o imóvel para guardar os valores em espécie e tentar enganar as autoridades.
Inicialmente, o processo corria no Supremo Tribunal Federal (STF), posteriormente na Justiça Federal de Brasília, pois Marluce não tem direito ao foro privilegiado. Dessa forma, o juiz Vallisney de Souza Oliveira entendeu que ela teve participação ativa nas ilegalidades. Porém, por ter mais de 70 anos, é possível que a Justiça autorize o cumprimento de prisão domiciliar, ou outro meio menos gravoso.
Diante disso, no processo, Vallisney destaca que Marluce possuía boa condição financeira, e não tinha necessidade de se envolver em delitos como lavagem de dinheiro. “Considerando tratar-se de pessoa de condição social e financeira privilegiada, com família estruturada, importante socialmente e abastada, sendo-lhe, total e facilmente, exigível conduta diversa”, escreveu o magistrado na sentença.
Sendo assim, ele também considerou que por ser chefe da família, Marluce deveria ter tido uma conduta diferente, não criminosa. Além disso, Geddel é alvo das mesmas acusações.
Confira nota na íntegra enviada pelo advogado Gamil Föppel:
“Em relação à sentença proferida em desfavor de Marluce Vieira Lima, sua defesa técnica vem informar que o recurso cabível já foi interposto, confiando que os equívocos da sentença condenatória serão devidamente sanados na instância superior, de maneira a se ver reconhecida sua necessária absolvição.”