O papa Francisco manifestou oposição às medidas anti-imigração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma carta aberta enviada nesta terça-feira (11) aos bispos católicos americanos.
“Tenho acompanhado de perto a grave crise nos EUA com o início das deportações em massa”, escreveu o pontífice, que já havia criticado anteriormente as políticas migratórias do republicano. Francisco destacou que é errado considerar todos os imigrantes irregulares como criminosos.
“Peço aos fiéis da Igreja Católica (…) que não aceitem discursos discriminatórios que aumentam o sofrimento de nossos irmãos e irmãs migrantes e refugiados”, declarou. “Qualquer política baseada na força e não na dignidade igual de cada ser humano começa mal e terminará mal.”
O diretor do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE), Tom Homan, rebateu as críticas. “Gostaria que ele focasse na Igreja Católica e deixasse a segurança das fronteiras conosco”, afirmou a jornalistas na Casa Branca.
Desde o início de seu pontificado, Francisco tem sido um defensor dos direitos dos migrantes. Em 2016, quando Trump venceu a eleição presidencial, o papa chegou a dizer que as ideias do republicano sobre imigração não eram cristãs.
No documento divulgado pelo Vaticano, Francisco reconheceu o direito dos países de proteger suas fronteiras contra indivíduos que tenham cometido crimes graves. No entanto, alertou que a deportação de pessoas que fugiram de extrema pobreza, violência ou perseguição viola sua dignidade.
“Um verdadeiro Estado de Direito se mede pelo tratamento digno dado a todos, especialmente aos mais pobres e marginalizados”, escreveu. Ele defendeu uma política migratória organizada, mas sem privilégios para alguns às custas do sacrifício de outros.
Após reassumir a Presidência, Trump emitiu ordens executivas para reforçar as deportações, redirecionando recursos militares e ampliando as operações de imigração para locais como escolas, igrejas e hospitais.