O governo do Peru – um dos países que fazem fronteira com o Brasil, declarou emergência nacional de saúde por 90 dias, neste domingo (9), devido um surto de casos de síndrome de Guillain Barré. A decisão foi tomada após a morte de quatro pessoas pela doença. A emergência abrange as 25 regiões do país.
A síndrome de Guillain-Barré é uma condição neurológica rara e grave que afeta o sistema nervoso. O sistema imunológico do corpo ataca o sistema nervoso periférico e resulta em uma inflamação dos nervos, que, por sua vez, leva à fraqueza muscular, formigamento, dormência e, em casos mais graves, paralisia. Embora a causa exata seja desconhecida, a síndrome de muitas vezes está associada a infecções virais anteriores.
Até o momento, os agentes identificados como possíveis gatilhos para a síndrome de Guillain Barré são: Campylobacter, uma das bactérias por trás da diarreia; Zika; Dengue; Chikungunya; Citomegalovírus; Vírus Epstein-Barr; Influenza A (um dos causadores da gripe); Mycoplasma pneumoniae; Enterovírus D68; Hepatites A, B e C; HIV; Sars-CoV-2 (causador da Covid-19).
No comunicado do Ministério da Saúde do Peru, afirma-se que o aumento do número de casos é inusitado e ultrapassaram 180 entre janeiro e julho. Além das mortes, 31 seguem internados e 147 receberam alta. Segundo os registros oficiais do Brasil, são detectados um a quatro casos por 100 mil habitantes a cada ano. O ministro da Saúde, César Vásquez, disse que com o estado de emergência o governo vai poder comprar imunoglobulina para o tratamento de pacientes com a doença nos próximos dois anos.