O presidente da Rede Mater Dei, Henrique Salvador, destacou nesta quinta-feira (13) que não há mais como operar o setor de saúde no Brasil sem pensar em tecnologia. Segundo ele, soluções como a análise de dados e a inteligência artificial são fundamentais para aumentar a produtividade, reduzir o desperdício e os riscos do setor e, assim, driblar as pressões econômicas que os prestadores de saúde enfrentam atualmente no país.
O presidente abriu o 13° Seminário de Gestão em Saúde, realizado no Hospital Mater Dei Salvador, que teve o tema “Sustentabilidade do Setor de Saúde: é possível fazer diferente”. Essa foi a primeira vez em que o evento, que tradicionalmente ocorre em Belo Horizonte, vem para a capital baiana. Segundo Henrique Salvador, a realização de debates e fóruns está no DNA da Rede Mater Dei, que possui centros de convenções em todas as suas unidades no país, e novos encontros serão realizados na capital baiana.
“Está muito claro que, para conseguirmos operar o nosso setor, e se quisermos aumentar as soluções que podemos ter, a gente precisa da tecnologia. Não apenas aquela tecnologia que suporta a assistência, como uma ressonância magnética moderna, uma tomografia ou um robô. Mas, sobretudo, a tecnologia que, por meio da análise de dados e da inteligência artificial, permite que possamos avançar na produtividade das nossas unidades, avançar na sustentabilidade da nossa operação, avançar na redução do desperdício e avançar oferecendo ao mercado modelos de remuneração mais eficazes”, disse Henrique Salvador.
Henrique Salvador afirmou que algumas dessas soluções tecnológicas já são vistas no dia a dia do Hospital Mater Dei Salvador. “A nossa rede pode, inclusive, contextualizar algumas dessas situações, trazendo exemplos práticos em que nós já estamos trazendo esse tipo de solução”, disse.
O presidente da Rede Mater Dei citou a disparada recente da taxa de juros, que subiu de 2% para mais de 14% em dois anos no Brasil, como uma das dificuldades financeiras enfrentadas pela saúde privada no país. A economia nacional encontra-se estagnada e, ao mesmo tempo, os custos com insumos de saúde têm passado por um violento aumento de preços, assim como o setor enfrenta o desafio de remunerar os profissionais de enfermagem após a aprovação do PL que criou uma base salarial para a categoria.
“Quase 75% de todos os planos de saúde são corporativos. São empresas que compram esses planos para os seus colaboradores. Então, quando a economia vai bem, mais empregos surgem e mais empresas compram plano de saúde para os colaboradores, que usam hospitais. Então, na verdade, você tem uma cadeia inteira influenciada pelos rumos da economia. E, hoje, essa cadeia toda passa por um momento de instabilidade”, disse Henrique Salvador.
Segundo ele, como o próprio nome do seminário diz, a Rede Mater Dei acredita que é possível fazer diferente. “A solução para essas questões vai passar muito pela eficiência. Vai passar pela mensuração e pela divulgação de indicadores clínicos que demonstrem, claramente, que as nossas instituições trabalham com segurança. Que elas primam pela experiência do usuário, mas também diminui o desperdício. Que as nossas unidades trabalham com soluções de tratamento que são validadas por fundamentação científica”, citou o presidente.
Mais fóruns – Ainda na abertura, Henrique Salvador lembrou que a realização de fóruns é uma tradição da Mater Dei, e que isso será mantido na capital baiana. Ele lembrou que poucas redes de hospitais do Brasil têm centros de convenções em suas estruturas físicas – algo que a rede faz questão de manter em todas as suas unidades no país, a exemplo de Salvador.
“Além de ser uma rede prestadora de hospitais, sempre nos prestamos a ser um ambiente inovador, onde questões de saúde são discutidas e onde há espaço para isso. É importante sinalizar para todos os colaboradores, para o corpo clínico, para o público externo, que nós somos a favor da evolução do conhecimento. Gostamos de estimular discussões construtivas”, disse.
Ainda segundo o presidente da Mater Dei, a saída para todas essas pressões econômicas vividas pelo setor de saúde precisam ser construídas de forma coletiva. “A saída para o que está acontecendo hoje não vai sair só dos prestadores, como os hospitais, ou das operadoras de planos de saúde. Nós vamos ter que encontrar soluções inovadoras. E isso passa por tecnologia, passa por processo, por eficiência, por conhecer a experiência do usuário”, comentou.