Impulsionado pela candidatura do primeiro governador indígena da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e por entender a necessidade de ocupação dos espaços de poder pelos indígenas, o PT Bahia se prepara para eleger vereadores e vereadoras indígenas no estado nas eleições municipais de 2024. O partido realizou neste final de semana, no sábado, 09, e domingo, 10, o I Encontro do Setorial Indígena, e discutiu quais são os principais desafios para a construção de candidaturas mais competitivas.
O coordenador do Setorial Indígena, Agnaldo Pataxó, falou sobre a necessidade do apoio às candidaturas, que devem ser inicialmente em torno de 30 no estado. “Adiantamos que já temos mulheres, inclusive com candidatura à prefeitura, como em Morro do Chapéu, a Pró Sheila, e vamos ter um bom número de candidatas ao legislativo. Tivemos no PT 25 candidaturas indígenas na Bahia nas últimas eleições municipais, e nossa intenção é trabalhar com qualidade, porque a disputa é muito acirrada nos municípios. Temos a dificuldade natural da política, temos dificuldade financeira, dificuldade ideológica e racista também. Então para nós, o enfrentamento é muito mais difícil”.
O presidente do PT Bahia, Éden Valadares, afirmou que o partido vai trabalhar para consolidar a luta dos povos indígenas no PT e também para preparar a militância indígena para a disputa das eleições de 2024, reforçando que o objetivo da legenda é ter mais candidaturas indígenas nas próximas eleições. “O PT é o partido que melhor representa essas comunidades e é um instrumento de luta dos povos indígenas na Bahia”, afirmou o dirigente estadual do PT Bahia.
A secretária de Movimentos Populares, Rafaella Rios, destacou a importância de estimular os indígenas a se candidatarem, com a participação de jovens e de mulheres, inclusive, e falou sobre as dificuldades deles de conquistarem espaço na política. “O homem branco, hétero tem dificuldade de abrir mão do privilégio para poder dar espaço para que os povos indígenas ocupem os espaços de poder, e esse encontro foi importante para que eles se empoderassem e entendessem que atuar em conjunto fica mais fácil de eles se empoderarem e construírem candidaturas”.
O vice-presidente Glauco Chalegre ressaltou que além de incentivar essas candidaturas, o PT e os petistas indígenas vão se empenhar em construí-las conjuntamente para que tenham mais condições de prosperar. “A gente tem jovens de diversas etnias, mas também grandes lideranças indígenas, num clima de muita união, com a compreensão de que é preciso se organizar, é preciso buscar espaços de poder, eleger vereadores, entendendo que ninguém que está nesse processo está andando só, estamos caminhando de forma muito unificada, e isso precisa ser dialogado e construído, para que essas lideranças que cheguem a esses espaços possam realmente ser representações dos povos indígenas, não só de suas etnias, mas de algo bem maior”.