STJ mantém prisão de ex-bailarina do Faustão acusada de lavagem de dinheiro e ligação com PCC

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a prisão preventiva de Natacha Horana, ex-bailarina do Faustão e digital influencer, que é investigada por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Natacha foi detida em 14 de novembro do ano passado durante a Operação Argento, um desdobramento da Operação Plata, deflagrada em fevereiro de 2023. Ela enfrenta acusações de lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e participação em organização criminosa, segundo o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MP-RN).

O presidente do STJ, ministro Herman Benjamin, confirmou a decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ-RN) de manter a prisão preventiva. O tribunal destacou que a influenciadora teria movimentado mais de R$ 15 milhões entre 2014 e 2024, com um pico significativo em 2022, quando estava em um relacionamento com Valdeci Alves dos Santos, apontado como um dos principais líderes do PCC.

Além disso, Natacha teria recebido R$ 916.982,83 na conta de sua empresa, com um dos maiores depósitos sendo de uma empresa ligada à mãe de Ademario Ribeiro da Silva Souza, conhecido por seu envolvimento com o tráfico de drogas. Ela também recebeu mais de R$ 246 mil de transações realizadas por membros do “GRUPO PARÁ”, utilizando não só sua conta, mas também a conta bancária de sua mãe e de terceiros para triangulação de valores.

O TJ-RN ainda informou que Natacha estava com Valdeci quando ele foi recapturado pela polícia após quase oito anos foragido, além de visitá-lo diversas vezes na prisão, com registros de visitas até fevereiro de 2023.

A defesa da ex-bailarina solicitou habeas corpus, argumentando falta de provas sobre a origem ilícita dos valores recebidos. No entanto, ao manter a prisão preventiva, o ministro Herman Benjamin afirmou que a decisão do TJ-RN foi baseada em fundamentos concretos, como a necessidade de interromper a ação do grupo criminoso, que continuou operando mesmo após a prisão de Valdeci com a ajuda de Natacha e outros envolvidos.

O mérito do habeas corpus será examinado pela Sexta Turma do STJ, sob relatoria do ministro Rogerio Schietti Cruz.

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